Tu és meu refúgio adorado
Meu Rio Grande miscigenado
De cultura e tradições
Desejo em ti liberdade
Ao contemplar
Os pombos e os quilombos
Que lutam para assim estar
Minhas pernas tantas vezes cansadas
De tamanhas caminhadas
E é nos poemas de Quintana que me sinto abraçada
Minha Porto Alegre querida
Num suspiro sigo em frente
Pronta para o combate novamente
E assim em passos que se alternam
Entre curtos e largos
Meus pensamentos voam ao vento
Perdidos na hora
Ah, o tempo,
O tempo se esvai outra vez.
sexta-feira, 23 de dezembro de 2016
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
Espaço e Forma
Os
textos “Espaço e Forma na Educação Infantil” e “Espaço, Forma e Criança” nos
apresentaram importantes elucidações a respeito da estruturação espacial e das
relações geométricas que devem ser elaboradas ainda na infância, pois além do
desenvolvimento cognitivo contribuem para o desenvolvimento social e psicomotor.
A
minha área de atuação é a Educação Infantil e atualmente estou como uma turma
de Berçário I, seguindo a linha da Epistemologia Genética, desenvolvida por
Piaget, na qual compreende que o desenvolvimento infantil dá-se a partir da
interação entre a criança e o meio, ou seja, que ela atua na sua aprendizagem.
Procuro proporcionar aos meus alunos diferentes possibilidades, que promovam o
desenvolvimento em amplos aspectos, lhes apresentando materiais diversos, diversificando
e ampliando os seus espaços através da interação com outras turmas e visitando
outros ambientes na escola. Também costumo sempre observar quais são os tipos
de atividades que mais lhes despertam a atenção e proporcionam satisfação, a
fim de adequar os meus objetivos aos interesses deles.
A
orientação espacial inicia-se a partir das relações que a criança estabelece
com o seu próprio corpo, cujo é a sua principal referência. Já a lateralidade
começa quando a criança passa a perceber e a adotar outros pontos de
referência. Quando ela estende a sua visão para o outro, conseguindo inclusive
colocar-se no lugar do outro.
Por
fim, ao desenvolver a competência de conseguir visualizar e identificar as
formas geométricas, a criança desenvolve a habilidade da percepção geométrica. A
percepção geométrica diz respeito à forma como a criança organiza o mundo ao
seu redor, de como percebe e se orienta a partir das informações recebidas dos
objetos a sua volta, dessa forma também é capaz de perceber o seu espaço no
mundo.
Referências:
PIRES, Célia M. C. Espaço e Forma: a construção de noções
geométricas pelas crianças das quatro séries iniciais do Ensino Fundamental.
São Paulo: PROEM, 2000.
TORTORA, Evandro. Espaço e Forma na Educação Infantil:
relato de uma experiência com professores atuantes em formação. Curitiba, 2013.
Imagem ilustrativa extraída da internet.
domingo, 4 de dezembro de 2016
Home HD (Português, narrado por Eduardo Rêgo)
Documentário lançado em 2009, produzido pelo jornalista, fotógrafo e ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand. O filme é composto por belíssimas imagens aéreas, de vários lugares da Terra. Entretanto além da diversidade em nosso planeta ele aponta as ameaças ao equilíbrio da vida e os danos que a humanidade vem fazendo a sua própria casa. Até quando o nosso planeta irá suportar o estilo de vida dos povos dominantes?
Os indígenas e a vida sustentável
“O indivíduo deve buscar compreender e conhecer ao
máximo o funcionamento da natureza, não para dominá-la e controlá-la, mas para
seguir e respeitar sua lógica, seus limites e potencialidades em benefício de
sua própria vida enquanto ser preferencial e privilegiado na criação. O saber é
mais do que querer criar ou saber dizer, é saber fazer, baseado em conhecimentos
acumulados no decorrer da vida.” (LUCIANO, Gersem dos Santos – Baniwa)
A visão da totalidade do mundo,
defendida pelos povos indígenas, advêm da coletividade em que vivem. Esses
povos compreendem a necessidade de viver em harmonia com a natureza, sabem como
aproveitar e extrair os seus recursos sem prejuízo, garantindo que os mesmos
sempre estejam disponíveis. Pois eles, talvez mais do que os outros povos,
atualmente têm plena ciência dos erros cometidos no passado e compreendem o
quanto erraram quando trocaram sua floresta por artefatos e ferramentas
fundidas a ferro, como por exemplo, o machado. Instrumento que contribuiu
inclusive com a quase extinção do pau-brasil, árvore que supostamente deu nome
ao nosso país.
Nos
dias atuais ainda existem muitos conflitos envolvendo as terras indígenas, como
o caso da Fazenda Ivu, pertencente aos povos Kaiowá guaranis, que juntamente de
outras tribos vivem constantes conflitos com madeireiras ou grandes latifundiários,
que ilegalmente exploram suas terras. Talvez a maior simbologia dos povos indígenas,
no que tange a compreensão que tinham da terra e a sua relação com a natureza,
se encontra hoje na entrada da sede do Green peace. O documento seria uma carta
de desabafo que cacique Seatle, do povo Suquamish, escreveu em 1855 em resposta
ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce) com relação à compra das suas
terras. A tal carta acabou
sendo compreendida por muitos ambientalistas com o primeiro registro de defesa
ambiental. Em um dos trechos encontra-se uma passagem que diz: "O que fere a terra fere
também os filhos da terra. O homem não tece a teia da vida; é antes um de seus
fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio.” O nome do chefe
Seatle, como é conhecido, acabou inclusive batizando a maior cidade do Estado
de Washington nos EUA.
Ao
viver de forma a priorizar a vida, as comunidades indígenas consideram os
conhecimentos difundidos ao longo da sua constituição, valorizam seus
ancestrais, considerando os métodos que funcionam. Pois essa funcionalidade, baseada
no respeito à ordem natural da vida, provém do conhecimento associado à
prática. O texto “O índio brasileiro” aponta a importância de se desconstruir a
idéia de que os índios não conseguem assegurar a sua própria sobrevivência. A
fim de contribuir para essa desmistificação, trago para exemplo à história dos
imigrantes peregrinos ingleses que aportaram nos EUA no ano de 1620, cujo sem mantimentos
o suficiente, metade da colônia morreu de fome durante o inverno. Não fosse
pelos índios Wampanoag locais terem lhes ensinado o cultivo do milho, da batata
e outras culturas, o restante também teria perecido. Sobreviveram então graças aos ensinamentos
desses indígenas, e a posterior fartura nas colheitas originou o tradicional
“Dia de Ação de Graças” estadunidense.
Concluindo,
o modo individualista e egoísta em que ainda vivemos não compreende um estilo
de vida sustentável, já enfatizado por especialistas no assunto. Colocando a
riqueza material em primeiro lugar abarcamos outras culturas, em detrimento das
mesmas e da terra. Como é o caso também das comunidades quilombolas do Brasil
que lutam para resistir em meio à opressão da cultura do homem branco. O fato é
que a nossa casa, a nossa terra está perecendo e ainda fazemos de conta que não
percebemos, nos preocupando com coisas inúteis, muitas vezes, e fúteis, que
acarretam ainda em um distanciamento de nós mesmos.
Referências:
LUCIANO, Gersem dos Santos - Baniwa. O Índio
Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.
Wediggen, Laiz; Silva, Paulo Sérgio da. Educação e
respeito ao meio ambiente: a perspectiva emancipatória da Educação na
comunidade remanescente de quilombos de Casca. In: SANTOS (org), Simone
Valdete dos; Silva (org.), Paulo Sérgio da. Proeja Quilombola. Pelotas:
Editora Universitária/UFPEL, 2010. p. 75-76. (Cadernos Proeja II-
Especialização-Rio Grande do Sul. Vol. III).
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Conceitos de Divisão e Multiplicação
Desde
cedo as crianças são capazes de compreender conceitos matemáticos, nos quais
servirão de embasamento para mais tarde compreenderem a estrutura e
sistematização de algoritmos. São em dificuldades simples como conseguir
organizar e classificar os brinquedos, dividir balas entre os amigos, comparar
tamanhos ou combinar roupas, por exemplo, que a criança se apropria de
conceitos como: a classificação, seriação, combinatória, conjuntos, medidas,
proporções, entre outros.
É
importante que o professor leve em consideração esse conhecimento prévio do
aluno, e que evidencie as relações existentes entre as operações, antes mesmo
da sistematização de um procedimento para a resolução de um problema. Assim
como aborda o texto “Multiplicação e divisão a toda hora” é necessário que a
criança compreenda o que está por trás das operações, para tanto jogar com as
estruturas multiplicativas amplia a visão matemática, pois frente a um problema
a criança vai se utilizar de conceitos que já conhece para tentar resolvê-lo.
Como
professora na educação infantil a ludicidade está sempre presente em minhas
práticas, então também procuro desenvolver os conceitos matemáticos através de
jogos como o dominó, de brincadeiras como a amarelinha, dança das cadeiras, da
música, da contação de histórias, da organização da sala, na hora da alimentação
e também gosto de desenvolver receitas, entre outras atividades.
Concluindo,
o texto nos trouxe idéias criativas como o trabalho desenvolvido pela
professora Beta, junto aos seus alunos, de calcular as telhas do telhado da
escola. E nos mostra que é possível explorar e transformar e o próprio ambiente
escolar em situações desafiadoras, para desenvolver os conceitos de divisão e
multiplicação entre outros. Dessa maneira o aluno avança de forma autônoma na
resolução de problemas e o que de início parecia complexo e indecifrável, passa
a lhe fazer sentido.
Referências:
http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo4/matematica2/campo_multiplicativo/nova_escola_campo_multiplicativo.pdf
Classificar é fazer ciência?
Certamente que o processo de classificação também é utilizado como um método científico, sendo que essa é uma excelente forma de organizar o conhecimento. Tendo em vista que para a realização de qualquer pesquisa ou para a escolha de algum procedimento a ser adotado, antes de tudo é necessário conhecer o material, categorizar, selecionar, nomear. Pois tudo o que é familiarizado hoje por nós, foi em algum momento nomeado, dividido em categorias, classificado, a fim de se poder também dar continuidade e se aprofundar os estudos.
Em referência temos a própria natureza que é dividida em várias classes, conjuntos e subconjuntos, como a classificação dos seres vivos, por exemplo, cujo Aristóteles foi primeiro cientista que procurou classificá-los. Ele os dividia os em dois grandes grupos: animais e vegetais, hoje, porém sabemos que existem mais categorias, mas esse primeiro passo foi importante para mais tarde se chegar à taxonomia, ciência das classificações que trata da organização dos seres vivos em grupos, desenvolvida por Carolus Linnaeus, ou Lineu (1707-1778).
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Reflexão a partir do texto: A matemática em sala de aula
A matemática é fruto do pensamento humano e os conceitos
matemáticos são parte integrante do universo que nos cerca, pois os utilizamos
nas mais diversas situações do nosso dia a dia, seja para organizar o nosso
próprio pensamento elencando prioridades, para administrar a nossa vida em
sociedade ou para realizar descobertas nos mais diversos âmbitos, entre outras
coisas. E a criança desde que nasce é inserida nesse contexto, elas também observam e atuam no espaço ao seu redor, e
aos poucos vão se orientando, construindo caminhos, estabelecendo sistemas de
referência, identificando posições e se organizando no seu ambiente. Essa vivência
inicial favorece a elaboração de conceitos que contribuem para o raciocínio
lógico e abstrato. Raciocinar logicamente inclui saber construir e
expressar idéias próprias, saber escutar idéias diferentes, selecionar, formular
e demonstrar procedimentos na resolução de problemas, saber confrontar,
argumentar, antecipar resultados de determinadas ações, também saber localizar erros,
buscar resolve-los, entre outros. Assim a
matemática auxilia na construção do censo crítico, na organização do
raciocínio, na tomada de decisões, contribuindo na formação de cidadãos
autônomos, capazes de pensar e atuar na resolução de dificuldades.
Refletindo sobre o texto, o professor frente ao ensino da
matemática não deve adotar uma postura radical de extremismo, essa é uma maneira
equivocada e que pode acarretar em prejuízos ao aprendizado, engessando o
pensamento. Pois tanto as crianças precisam ter acesso e conhecer as técnicas,
quanto à base teórica, cabendo ao professor conhecer os seus alunos e encontrar
a medida mais assertiva, adotando a maneira mais eficiente de fazer com que os
seus alunos compreendam a matemática. Conforme nos coloca o texto referindo-se
ao conceito de praxeologia desenvolvido por Chevallard (1999), que nos diz que
há vários jeitos de resolver uma determinada operação matemática. Penso ser
interessante que o professor abra esse leque de possibilidades aos alunos, para
que eles mesmos reflitam e encontrem o jeito mais eficiente e prazeroso para
si, em que o leve ao resultado correto. É importante mostrar que existem
diferentes formas de se chegar a um mesmo resultado, estimulando a concentração
e a reflexão, ensinando-os a explorarem diferentes situações que lhes sejam
desafiadoras contribuindo para aguçar a curiosidade e a vontade de descobrir,
de aprender.
Concluindo, é importante que o aluno analise as
diferentes formas de se chegar a um resultado e que entenda todo o processo,
para tanto é necessário que o professor demonstre o passo a passo, que provoque
e estimule. Abordando diferentes técnicas, situações problemas, se utilizando
de diferentes materiais, inclusive jogos. É interessante conforme o texto coloca
também, que escola considere o conhecimento anterior do aluno, as suas experimentações
com a matemática, por exemplo, como a criança já era acostumada a dividir
quantidades, a distribuir e fazer comparações antes mesmo de entrar na escola.
Partindo desse pressuposto é possível aproximar os conceitos matemáticos as
vivências reais das crianças, pois elas têm e devem ter várias experimentações
com o universo matemático e outros que lhes possibilitem fazer descobertas,
tecer relações, organizar o pensamento, o raciocínio lógico, situar-se e
localizar-se espacialmente, contribuindo para que atuem como produtoras de
conhecimento e não somente seguidoras de regras.
Referência bibliográfica:
SMOLE,
Katia Stocco. MUNIZ, Cristiano Alberto (Orgs). A matemática em sala de aula:
reflexões e propostas para os anos iniciais do ensino fundamental. Porto
Alegre: Penso,2013.
sábado, 5 de novembro de 2016
COMPREENDENDO O TEMPO - crianças de 3 a 8 anos
Entendo que na primeira infância é interessante que a
aquisição da noção temporal e cronológica se faça a partir da própria história
da criança, pois é a que está mais próxima. A perspectiva se dá a partir da
compreensão do antes, do agora e do depois ou então do ontem, do hoje e do
amanhã.
A concepção da cronologia é importante que se inicie
ainda na educação infantil para que a criança aprenda a conhecer-se, a conhecer
a sua história e situar–se no tempo, essa reflexão pode ser elucidada a partir
do seguinte excerto: “(...) o aprendizado sobre o passado é parte integrante do
desenvolvimento social, emocional e cognitivo.” (COOPER, Hilary. 2006 p.
171-190.) A compreensão temporal inicia-se já a partir da organização das
atividades do dia a dia, da rotina diária da criança.
O ensino de história para crianças em de acordo com o
texto de Cooper, que sugere uma visão construtivista desse ensino, é uma
aprendizagem ativa, é um processo de construção gradativo no qual envolve a
desmistificação de conceitos primariamente assimilados e a aprendizagem de como
construir hipóteses. Incluindo a aceitação de que para um mesmo dado pode-se
haver mais de uma hipótese, de que a história é feita de pontos de vista e não
existe uma versão única para um fato histórico, é interessante que se estimule
a investigação histórica para que se consiga uma visão mais próxima da
realidade.
A importância de se estudar história e da aquisição da
concepção temporal e cronológica conseqüente, vai além do conhecimento de fatos
passados. É uma construção analítica da vida, é o conhecimento de buscas, de
tentativas, de acertos, de erros e de situações envolvendo diferentes épocas.
Contribuindo para a compreensão das várias ações humanas frente a diferentes
desafios e para o aprendizado de nós mesmos, das nossas raízes.
A compreensão da possível linearidade do tempo acompanha
as respectivas mudanças frente a determinados comportamentos, estruturas,
ambientes, culturas e necessidades em distintas épocas.
O artigo de Cooper é embasado nas teorias de Piaget,
Vigotsky e Bruner no qual consideram que a criança é participativa na
construção da sua própria aprendizagem, sendo capaz de desenvolver argumentos
sobre fontes históricas se assim forem ensinadas. Para tanto o professor
precisa instigar e orientar a reflexão, trabalhar com certezas e probabilidades,
colocar a disposição dos alunos elementos que promovam uma análise e estar
disponível a consequentes questionamentos.
Promover aos alunos a possibilidade de conhecer e
envolver-se com o passado do local onde vivem da sua família e perceber as
mudanças ocorridas ao longo desse período é aproximar a criança da sua própria
história. Proporcionar atividades que envolvam o diálogo da criança com a
família e comunidade, permite inclusive o estreitamento de laços e vínculos
familiares.
O texto de Cooper nos coloca que os jogos também são
excelentes ferramentas de conhecimento histórico, pois permite que os alunos
vivenciem, instigando o imaginário, situações em diversas épocas assumindo
personagens em diferentes contextos sociais e de diferentes comportamentos e
personalidades. Para tanto os contos de fadas e de histórias infanto-juvenis
que remetam a diferentes períodos, também permitem essa contextualização possibilitando
uma análise comparativa às diferentes circunstancias.
Concluindo, o desenvolvimento das noções temporal e
cronológica, da compreensão dessas dimensões, é imprescindível. Pois é através
da consciência histórica, do conhecimento do passado que se torna mais clara a
compreensão do presente e então se pode construir, desenvolver melhor o futuro.
Referências:
COOPER, Hilary. Aprendendo e ensinando sobre o passado a crianças de 3 a 8 anos. Educar, Curitiba, v. Especial, p.171-190, 2006
sábado, 29 de outubro de 2016
Uma Lição de Discriminação
"Ninguém nasce odiando outra pessoa
pela cor de sua pele,
ou por sua origem,
ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender”(...) (Nelson Mandela)
Acredito que o conceito humano vem relacionado com o tempo e com experiências vividas e observadas. Os experimentos que tenho observado sobre conceitos e preconceitos na idade infantil são muito valorosos, entretanto mostra o quanto podemos influenciar com nossas atitudes inclusive em crianças bem pequenas. Pois as crianças sendo livres de conceitos formados estão sempre prontas e atentas a absorver as ações humanas ao seu redor, sejam elas de afeto e acolhimento ou discriminatórias e agressivas.
Há também pesquisas que mostram que os seres humanos tendem naturalmente a classificar e a agregar-se com os seus iguais. Mas de onde viria essa natureza classificatória?
Talvez possamos encontrar algumas respostas dentro de nosso desenvolvimento humano como sociedade. Lembrei-me do romance de Umberto Eco “O Nome Rosa”, onde há uma cena onde o monge ancião Jorge de Burgos, dito guardião da verdade, repreende um jovem monge que, ao ler uma passagem do segundo livro da Poética de Aristóteles, teve consciência das deformidades físicas que se apresentavam no ancião e proferiu um riso. O riso não era visto como da natureza humana e deveria ser reprimido, porém nota-se na passagem que o jovem monge, apesar de conviver a tempos com o ancião deformado, não havia tido o conceito de rir de suas deformidades até ler a passagem do livro de Aristóteles no qual estimulava o escárnio sobre a deformidade.
Talvez a influencia dos adultos sobre as crianças sejam mais fortes e comecem mais cedo do que imaginamos e tendo a criança à mente livre de informações, de conceitos pré-concebidos por assim dizer, o seu nível e velocidade de percepção sobre o meio e suas tendências sejam mais aguçados.
Pesquisando sobre a precocidade do conceito de discriminação que encontrei esse vídeo:
É um relato muito interessante de uma aula, sobre o tema em questão, da professora canadense Annie Leblanc, com crianças do 3º ano (idade entre 8-9 anos), seu experimento teve como base a experiência da professora americana Jane Eliot (documentário “Olhos Azuis” 1968) e os estudos científicos do psicólogo social Henri Tajfel. Tajfel através dos seus estudos mostrou que os seres humanos quando separados em grupos tendem a agir de forma seletiva e discriminatória.
Leblanc aborda o tema fazendo com que seus alunos sintam na pele o conseqüente mal estar causado pela segregação, seu objetivo é fazer com que seus alunos compreendam o que é, como toma forma e a estupidez da discriminação.
Entrando também na questão do bullying, que é uma realidade constante nas escolas.
O TEMPO NA ESCOLA
Para o professor da atualidade o
tempo em sala de aula não deixa de ser o tempo de cumprir com suas obrigações,
pois ainda temos um compromisso implacável com o relógio. Entretanto, a
realização das atividades não deve destinar-se apenas a preencher a carga
horária e sim com o propósito de conciliar com um projeto próprio para a turma,
elaborado com a participação dos mesmos. Considerando suas necessidades,
afinidades e opiniões.
Todavia o tempo do professor, mesmo nos dias atuais,
continua subordinado às regras da escola, ao calendário letivo e ao seu
cotidiano em sociedade. E esse regramento certamente é transmitido aos alunos,
inclusive condicionando-os para também a submeterem-se as regras da vida
social, o cumprimento dos compromissos que essa vida exige. Esse modo de viver
implica na constituição da sociedade futura, é um condicionamento que
transcende os muros da escola.
Podemos
pensar, então, que sendo a escola parte constitutiva do todo social, ela
refletirá todas as mudanças ocorridas nas concepções que significam a vida,
transformando-se internamente e promovendo mudanças na ilimitada realidade do extramuro
escolar.
(OLIVEIRA, Cristiane et al.)
Mesmo a nossa sociedade vivendo sob constante regramento,
cada indivíduo tem o seu tempo próprio, seja ele estabelecido pelo seu corpo, determinando
o limite do seu bem estar. Seja pela sua capacidade de tolerar a pressão exercida
pelo tempo, ou pela falta dele, ou ainda pela capacidade própria de cada um em
absorver informações, de desenvolver-se, de aprender. E essa noção de tempo de
cada um, as escolas mesmo cientes que o processo de aprendizagem é particular
em cada indivíduo, ou seja, existem diferentes formas de aprender e de que é
necessário considerar todo o movimento que o aluno faz nessa direção, muitas
instituições e docentes parecem ignorar o que sabem. O texto aponta que após
estabelecerem-se estágios para o desenvolvimento infantil, há uma expectativa
de desenvolvimento esperado para cada fase da infância, acabou por se
estabelecer também níveis de aprendizagem e um padrão a ser considerado como um
desenvolvimento normal, classificando as crianças.
O estabelecimento de ciclos, como aborda o texto, é
determinante para vivermos de forma ordenada, para uma organização social e
particular, para termos ou esperançarmos uma perspectiva com relação ao tempo
futuro. Pois de modo geral sempre relacionamos os nossos projetos ao tempo,
especificando um ponto de partida e ambicionando conquistas futuras.
O tempo sofre modificações ao longo do seu compasso, entretanto
não há como fugir dele, temos a ilusão de temo-lo sob controle, mas na verdade
somos por ele rigidamente controlados. Na escola não é diferente, tanto alunos
quanto professores somos todos vítimas desse controle e a criança em si,
manifesta claramente o esgotamento do seu tempo, assim como também sinaliza
quando o tempo estabelecido não é suficiente, mas ainda não usufruirmos de um
ambiente escolar que respeite o tempo de todos, pois ainda convivemos com altos
níveis de evasão escolar e com uma quantidade absurda de professores afastados
ou remanejados por problemas de saúde.
Concluindo, no referido espaço do saber que é o ambiente
escolar, no qual se estabelecem metas, objetivos com relação aos alunos, o fato
de ter crianças em distintas etapas de aprendizagem não significa que para
algumas delas a aprendizagem não esteja acontecendo, sendo que existem
diferentes formas de aprender. Defendo o ponto de vista em que o período de
permanência da criança na escola deva ser norteado pelo prazer de estar nesse
ambiente, pela motivação e alegria, é um momento de construção de significados
para a vida, e não pode ser imposto, desconsiderando suas manifestações de
descontentamento e até mesmo o seu tempo biológico. Quanto ao tempo pedagógico,
os períodos de descontração, de trocas de experiências e de diálogo com os pais
dos alunos ainda são reduzidos, cronometrados e regulados pelo calendário,
enfrentamos a necessidade de repensar esses momentos, de construirmos diálogos
mais abertos estendidos a toda a comunidade escolar, o futuro da nossa
sociedade depende desse tempo que deve considerar prioritariamente os anseios
daqueles que formarão a sociedade futura.
Referências Bibliográficas
OLIVEIRA, Cristiane
et al. Questões sobre o tempo e o espaço escolar. Projeto tempos na escola,
UFJF. (Texto fornecido pela Interdisciplina REPRESENTAÇÃO DO MUNDO PELOS
ESTUDOS SOCIAIS).
domingo, 16 de outubro de 2016
O Estudo das Ciências Naturais
Em nossa primeira aula da interdisciplina que trata das Ciências Naturais recebemos a tarefa de conceituar a Ciência e considerar a importância do seu ensino nas escolas.
Bom, em minha reflexão, a Ciência
tendo por base a curiosidade e a pesquisa é o estudo das diversas formas de
vida, dos diversos organismos e partículas existentes no planeta terra e fora
dele. Também é o estudo e desenvolvimento de utensílios com o intuito de
facilitar a nossa vida cotidiana.
Compreendo que a ciência também não confronta a religião e sim vem a
esclarecê-la, assim como os estudos da física quântica, por exemplo, que comprovam
que a força do pensamento é capaz de influenciar nas moléculas da água. Ou que
o julgamento do qual Jesus falava em suas parábolas já está sendo feito por
nossas próprias células, se pensarmos que muitas das nossas doenças iniciam-se
com os nossos pensamentos e sentimentos.
Sendo
assim, acredito que a importância de se ensinar ciências na escola vai além do
conhecimento em biologia ou da possibilidade de se fazer experimentos que
promovam a curiosidade, no qual são fundamentais a fim de despertar o interesse
e o espírito investigativo. Mas além de promover o autoconhecimento, ela também
credita as diversas formas de vida a sua real importância, promovendo o devido
respeito e tolerância do qual estamos tão carentes, sendo capaz desenvolver o
nosso senso de humanidade. Pois a ideia principal da ciência é trabalhar para o
bem de todos.
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