sábado, 5 de novembro de 2016

COMPREENDENDO O TEMPO - crianças de 3 a 8 anos


Resultado de imagem para tempo relogioEntendo que na primeira infância é interessante que a aquisição da noção temporal e cronológica se faça a partir da própria história da criança, pois é a que está mais próxima. A perspectiva se dá a partir da compreensão do antes, do agora e do depois ou então do ontem, do hoje e do amanhã.
A concepção da cronologia é importante que se inicie ainda na educação infantil para que a criança aprenda a conhecer-se, a conhecer a sua história e situar–se no tempo, essa reflexão pode ser elucidada a partir do seguinte excerto: “(...) o aprendizado sobre o passado é parte integrante do desenvolvimento social, emocional e cognitivo.” (COOPER, Hilary. 2006 p. 171-190.) A compreensão temporal inicia-se já a partir da organização das atividades do dia a dia, da rotina diária da criança.
O ensino de história para crianças em de acordo com o texto de Cooper, que sugere uma visão construtivista desse ensino, é uma aprendizagem ativa, é um processo de construção gradativo no qual envolve a desmistificação de conceitos primariamente assimilados e a aprendizagem de como construir hipóteses. Incluindo a aceitação de que para um mesmo dado pode-se haver mais de uma hipótese, de que a história é feita de pontos de vista e não existe uma versão única para um fato histórico, é interessante que se estimule a investigação histórica para que se consiga uma visão mais próxima da realidade.
A importância de se estudar história e da aquisição da concepção temporal e cronológica conseqüente, vai além do conhecimento de fatos passados. É uma construção analítica da vida, é o conhecimento de buscas, de tentativas, de acertos, de erros e de situações envolvendo diferentes épocas. Contribuindo para a compreensão das várias ações humanas frente a diferentes desafios e para o aprendizado de nós mesmos, das nossas raízes.
A compreensão da possível linearidade do tempo acompanha as respectivas mudanças frente a determinados comportamentos, estruturas, ambientes, culturas e necessidades em distintas épocas.
O artigo de Cooper é embasado nas teorias de Piaget, Vigotsky e Bruner no qual consideram que a criança é participativa na construção da sua própria aprendizagem, sendo capaz de desenvolver argumentos sobre fontes históricas se assim forem ensinadas. Para tanto o professor precisa instigar e orientar a reflexão, trabalhar com certezas e probabilidades, colocar a disposição dos alunos elementos que promovam uma análise e estar disponível a consequentes questionamentos.
Promover aos alunos a possibilidade de conhecer e envolver-se com o passado do local onde vivem da sua família e perceber as mudanças ocorridas ao longo desse período é aproximar a criança da sua própria história. Proporcionar atividades que envolvam o diálogo da criança com a família e comunidade, permite inclusive o estreitamento de laços e vínculos familiares.
O texto de Cooper nos coloca que os jogos também são excelentes ferramentas de conhecimento histórico, pois permite que os alunos vivenciem, instigando o imaginário, situações em diversas épocas assumindo personagens em diferentes contextos sociais e de diferentes comportamentos e personalidades. Para tanto os contos de fadas e de histórias infanto-juvenis que remetam a diferentes períodos, também permitem essa contextualização possibilitando uma análise comparativa às diferentes circunstancias.

Concluindo, o desenvolvimento das noções temporal e cronológica, da compreensão dessas dimensões, é imprescindível. Pois é através da consciência histórica, do conhecimento do passado que se torna mais clara a compreensão do presente e então se pode construir, desenvolver melhor o futuro.






Referências:

COOPER, Hilary. Aprendendo e ensinando sobre o passado a crianças de 3 a 8 anos. Educar, Curitiba, v. Especial, p.171-190, 2006



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