sábado, 29 de outubro de 2016

Uma Lição de Discriminação



"Ninguém nasce odiando outra pessoa
pela cor de sua pele, 
ou por sua origem,
ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender”(...) (Nelson Mandela)

  Acredito que o conceito humano vem relacionado com o tempo e com experiências vividas e observadas. Os experimentos que tenho observado sobre conceitos e preconceitos na idade infantil são muito valorosos, entretanto mostra o quanto podemos influenciar com nossas atitudes inclusive em crianças bem pequenas. Pois as crianças sendo livres de conceitos formados estão sempre prontas e atentas a absorver as ações humanas ao seu redor, sejam elas de afeto e acolhimento ou discriminatórias e agressivas.
  Há também pesquisas que mostram que os seres humanos tendem naturalmente a classificar e a agregar-se com os seus iguais. Mas de onde viria essa natureza classificatória?
  Talvez possamos encontrar algumas respostas dentro de nosso desenvolvimento humano como sociedade. Lembrei-me do romance de Umberto Eco “O Nome Rosa”, onde há uma cena onde o monge ancião Jorge de Burgos, dito guardião da verdade, repreende um jovem monge que, ao ler uma passagem do segundo livro da Poética de Aristóteles, teve consciência das deformidades físicas que se apresentavam no ancião e proferiu um riso. O riso não era visto como da natureza humana e deveria ser reprimido, porém nota-se na passagem que o jovem monge, apesar de conviver a tempos com o ancião deformado, não havia tido o conceito de rir de suas deformidades até ler a passagem do livro de Aristóteles no qual estimulava o escárnio sobre a deformidade.
  Talvez a influencia dos adultos sobre as crianças sejam mais fortes e comecem mais cedo do que imaginamos e tendo a criança à mente livre de informações, de conceitos pré-concebidos por assim dizer, o seu nível e velocidade de percepção sobre o meio e suas tendências sejam mais aguçados.
  Pesquisando sobre a precocidade do conceito de discriminação que encontrei esse vídeo:
  É um relato muito interessante de uma aula, sobre o tema em questão, da professora canadense Annie Leblanc, com crianças do 3º ano (idade entre 8-9 anos), seu experimento teve como base a experiência da professora americana Jane Eliot (documentário “Olhos Azuis” 1968) e os estudos científicos do psicólogo social Henri Tajfel. Tajfel através dos seus estudos mostrou que os seres humanos quando separados em grupos tendem a agir de forma seletiva e discriminatória.
Leblanc aborda o tema fazendo com que seus alunos sintam na pele o conseqüente mal estar causado pela segregação, seu objetivo é fazer com que seus alunos compreendam o que é, como toma forma e a estupidez da discriminação.
  Entrando também na questão do bullying, que é uma realidade constante nas escolas.

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