Na última segunda-feira 19 de Março de 2018
assisti à terceira aula presencial desse sétimo semestre de curso, dentre
outros assuntos discorremos sobre as nossas experiências na docência, sobre a
escola que almejamos, incluindo as questões que implicaram nas mudanças que
ocorreram na educação e também o que não mudou, o perfil de alunos que temos
hoje, bem como sobre pontuais transformações em nossa sociedade que contribuiram com a diversidade atual.
Ao refletir essas alterações
tendo por base referências do século passado, é possível perceber um país recém ex-escravagista,
ainda com raízes imperialistas, no qual a escola inicialmente não abarcava as
minorias sociais, ou seja, negros e indígenas, modestos trabalhadores, os considerados
deficientes e as mulheres por muito tempo ficaram fora da escola. Após a
crescente industrialização e a partir do movimento Escola Nova que buscava uma
maior estabilização social trazendo mudanças profundas na educação como a
gratuidade, a obrigatoriedade e laicidade, marcando o início da escola pública.
Houve uma série de transformações no cenário educacional brasileiro, depois com
a gradual ocupação das mulheres no mercado de trabalho, também as mudanças na
economia do país advindas do período de ditadura militar e pós ditadura, assim
como a democratização do país, enfim a Constituição de 1988 e a inclusão das
pessoas com deficiência. De lá para cá foram muitas as alterações de âmbito
social que trouxeram mudanças para a esfera educacional, sem mencionar as
mediações das variadas correntes no campo da psicologia, da filosofia, da
neuropsicolinguística e epistemologias. E hoje ainda temos o avanço tecnológico
e midiático, que acarretam em outras implicações, no qual a escola tenta se
moldar para conseguir compreender as exigências da nova geração.
Entretanto o aparente progresso concernente
a modernização da comunicação com o uso das tecnologias, não eliminou os problemas anteriores do quadro da educação do nosso país, como a questão da evasão escolar, por
exemplo, que ainda possui taxas elevadas e destaca-se como um dos grandes
desafios enfrentados pela educação brasileira. Na totalidade das séries do
Ensino Médio esse número chega a 11,2%, segundo dados coletados nos anos de
2014 e 2015 e divulgados pelo INEP.
Sabemos que são inúmeras as situações que
acarretam na evasão escolar, entre elas estão à repetência, à necessidade de
trabalhar, a maternidade precoce, a falta de transporte, entre outras.
É então que entra a EJA, como uma
reparação social, histórica, política, econômica e cultural, para abraçar esse público que coincidentemente ou não é o
mesmo que mencionei no início desse texto, sim os excluídos da escola. Embora
já tenha ouvido de colegas que jovens abandonarem a escola regular diurna para
estudarem a noite virou modismo, essa ainda é uma questão que só acontece nas
camadas de maior vulnerabilidade social. E não há como pensarmos na Educação de
Jovens e Adultos sem nos reportarmos ao nosso patrono Paulo Freire, com sua
Pedagogia do Oprimido, que com um método de educação humanitária revoluciona as
práticas pedagógicas evidenciando o protagonismo do aluno no processo de ensino
aprendizagem. A proposta de Freire que tem como premissa a análise do contexto histórico,
político, social e cultural de cada indivíduo é prestigiada em diversos países
do mundo, lhe rendendo o título de um dos mais notáveis pensadores da história
da pedagogia.
Bom, concluindo essa foi uma
breve reflexão acerca de alguns tópicos que podemos colocar em pauta quando nos
reportamos ao nosso cenário educacional, como no caso da EJA que será um dos
temas tratados no semestre.
http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/inep-divulga-dados-ineditos-sobre-fluxo-escolar-na-educacao-basica/21206
Ola, a modalidade EJA, visa aquelas pessoas que não conseguiram continuar seus estudos, por diversos motivos, e também para aquele que quer continuar e precisa trabalhar durante o dia. Mas infelizmente vemos que dia a dia, estão fechando esta modalidade, no nosso estado, deixando muitas pessoas sem perspectivas de estudos.
ResponderExcluirAbraços