quarta-feira, 21 de março de 2018

Os excluídos da escola


 Na última segunda-feira 19 de Março de 2018 assisti à terceira aula presencial desse sétimo semestre de curso, dentre outros assuntos discorremos sobre as nossas experiências na docência, sobre a escola que almejamos, incluindo as questões que implicaram nas mudanças que ocorreram na educação e também o que não mudou, o perfil de alunos que temos hoje, bem como sobre pontuais transformações em nossa sociedade que contribuiram com a diversidade atual.
Ao refletir essas alterações tendo por base referências do século passado, é possível perceber um país recém ex-escravagista, ainda com raízes imperialistas, no qual a escola inicialmente não abarcava as minorias sociais, ou seja, negros e indígenas, modestos trabalhadores, os considerados deficientes e as mulheres por muito tempo ficaram fora da escola. Após a crescente industrialização e a partir do movimento Escola Nova que buscava uma maior estabilização social trazendo mudanças profundas na educação como a gratuidade, a obrigatoriedade e laicidade, marcando o início da escola pública. Houve uma série de transformações no cenário educacional brasileiro, depois com a gradual ocupação das mulheres no mercado de trabalho, também as mudanças na economia do país advindas do período de ditadura militar e pós ditadura, assim como a democratização do país, enfim a Constituição de 1988 e a inclusão das pessoas com deficiência. De lá para cá foram muitas as alterações de âmbito social que trouxeram mudanças para a esfera educacional, sem mencionar as mediações das variadas correntes no campo da psicologia, da filosofia, da neuropsicolinguística e epistemologias. E hoje ainda temos o avanço tecnológico e midiático, que acarretam em outras implicações, no qual a escola tenta se moldar para conseguir compreender as exigências da nova geração.
Entretanto o aparente progresso concernente a modernização da comunicação com o uso das tecnologias, não eliminou os problemas anteriores do quadro da educação do nosso país, como a questão da evasão escolar, por exemplo, que ainda possui taxas elevadas e destaca-se como um dos grandes desafios enfrentados pela educação brasileira. Na totalidade das séries do Ensino Médio esse número chega a 11,2%, segundo dados coletados nos anos de 2014 e 2015 e divulgados pelo INEP.  Sabemos que são inúmeras as situações que acarretam na evasão escolar, entre elas estão à repetência, à necessidade de trabalhar, a maternidade precoce, a falta de transporte, entre outras.
É então que entra a EJA, como uma reparação social, histórica, política, econômica e cultural, para abraçar esse público que coincidentemente ou não é o mesmo que mencionei no início desse texto, sim os excluídos da escola. Embora já tenha ouvido de colegas que jovens abandonarem a escola regular diurna para estudarem a noite virou modismo, essa ainda é uma questão que só acontece nas camadas de maior vulnerabilidade social. E não há como pensarmos na Educação de Jovens e Adultos sem nos reportarmos ao nosso patrono Paulo Freire, com sua Pedagogia do Oprimido, que com um método de educação humanitária revoluciona as práticas pedagógicas evidenciando o protagonismo do aluno no processo de ensino aprendizagem. A proposta de Freire que tem como premissa a análise do contexto histórico, político, social e cultural de cada indivíduo é prestigiada em diversos países do mundo, lhe rendendo o título de um dos mais notáveis pensadores da história da pedagogia.
Bom, concluindo essa foi uma breve reflexão acerca de alguns tópicos que podemos colocar em pauta quando nos reportamos ao nosso cenário educacional, como no caso da EJA que será um dos temas tratados no semestre.
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http://portal.inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/inep-divulga-dados-ineditos-sobre-fluxo-escolar-na-educacao-basica/21206

domingo, 18 de março de 2018

Como aprendemos a falar

  A aquisição da linguagem falada foi o tema discutido na última aula presencial, a Professora Ivany Souza Ávila, após contextualizar os diferentes tipos de linguagem, propôs que nos reuníssemos em grupos a fim de debatermos a respeito. 
   O grupo de Alessandra, Ederson, Kasandra e Renata, no qual também estou inclusa, considerou que inicialmente a condição neurobiológica que motivaria o próprio choro seria então a primeira experiência humana de vocalização e que a partir dele ou desse exercício sonoro se manifestariam os balbucios, ferramentas essenciais ao desenvolvimento comunicativo humano. Também discorremos sobre a importância do diálogo com a criança pequena, como um estímulo essencial a fala, já que essa também se daria por repetição, estímulo-resposta. Entre esses e outros argumentos o assunto também foi pautado pela conversação com o grande grupo, que juntamente veio ao encontro das nossas conclusões.
   Para finalizar a Professora Ivany nos trouxe para complementar as reflexões o artigo Aquisição da Linguagem, de Samanta Demetrio da Silva, que nos trás distintos autores, dentre eles Noam Chomsky (que tem como posição teórica o inatismo) e Vygotsky (que defendia que essa aquisição dependeria de estímulos sociais externos), sob o enfoque de diferentes correntes que exprimem múltiplos aspectos conceituais acerca desse princípio comunicativo, no qual podemos entender que muitos estudos foram e ainda são realizados concernente a esse complexo e instigante tema, tão relevante ao desenvolvimento humano.


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sábado, 10 de março de 2018

Escolas democráticas



Iniciamos o semestre, no dia 05 de Março, com a aula presencial do Seminário Integrador Eixo VII, após algumas considerações a respeito do desenrolar das atividades ao longo do ano, desencadeamos um debate  acerca do curta metragem "Escolas Democráticas", uma animação produzida por Ellen Stein, parte do documentário "Democratic Schools" de Jan Gabbert (2006). Apesar do nome sugerir a aplicação de uma pedagogia libertária, o astucioso filme retrata o cotidiano de uma educação costumeiramente praticada ainda na atualidade.
A pedagogia diretiva ou a educação bancária, assim denominada na teoria de Paulo Freire e explicitamente abordada no curta, é inegável que persiste se fazendo aparente em muitas das nossas escolas. Esse modelo educacional aborta a construção do conhecimento bem como o raciocínio crítico, pois entende a criança como um mero depósito de informações, massificando o pensar. Mais especificamente, o movimento em fila das crianças pela escola demostrado na animação, me remeteu também ao clip da música "Another brick in the wall" (Pink Floyd), tal como a minha publicação anterior, no qual expõe a escola como uma fábrica e crianças sendo preparadas como se fossem mercadorias. E ainda após dialogarmos, a Alessandra Thornton e eu, correlacionamos o referido filme com o texto de Júlia Varela e Fernando Alvarez Uria, a " Maquinaria Escolar", que nos permite ter uma visão histórica-social de como a escola vem se alicerçando em nossa sociedade, de modo que podemos compreender que a sua aparente estagnação é deliberadamente articulada pelo topo dessa cadeia de produção. Refletindo assim, no modo de vida atual como, por exemplo, a alienação e supervalorização do consumo, acarretando em outras mazelas que nos afligem enquanto coletividade, mas que aquecem o mercado e aqueles que dele se comprazem.
Palavras como rotina, tempo, repetição, desmotivação e restrição, surgiram em nossa conversa objetivando designar o que havíamos assistido, tristemente elas não se detêm apenas a animação, certamente já foram vivenciadas por todas nós. A questão agora, e creio que seja o objetivo desta atividade, é analisarmos essas vivencias articulando com o aporte teórico estudado, buscando construirmos o nosso posicionamento crítico reflexivo, amadurecendo o nosso olhar, a nossa escrita acadêmica, assim como a nossa postura discente, profissional e como sujeitos parte da engrenagem da máquina social.