O legado de Freire para a educação foi mais do que sugerir
uma nova proposta ou método de ensino, além de derrubar as estruturas de uma
pedagogia opressora denunciando os seus equívocos, como o uso das cartilhas na
alfabetização, ele conseguiu nos advertir quanto ao caráter político da ação
educativa. Lembrando a todos da função social exercida pela escola e que não
pode ser negligenciada pelos órgãos competentes ao sistema educacional.
Ao olharmos para a Educação de Jovens e Adultos, por
exemplo, nos damos conta de que de certa forma ela denuncia o fracasso tanto da
escola regular, no que tange ao seu compromisso com a comunidade, quanto a
desestrutura e imprevidência do Estado para com o seu comprometimento social. Já
que somos levados a refletir assuntos pungentes como a evasão escolar, o
trabalho infantil, o analfabetismo, questões raciais, os índices de
desigualdade, entre outros. Esse amplo contexto de situações dolorosas se faz
presente na EJA, e a essa modalidade de educação cabe o resgate desses
sujeitos, descobrir e construir ações positivas, de forma que a aprendizagem
escolar lhes propicie ferramentas úteis tanto para a resolução de questões
práticas da vida cotidiana, como incluindo esses indivíduos no enredo
produtivo, dinâmico e autônomo da sociedade.
Foi justamente atuar na libertação dos indivíduos
delegados a viver as margens da sociedade que a pedagogia freiriana dedicou-se
profundamente. Como nos mostra a experiência de Angicos, alfabetização em 40
horas dirigida por Paulo Freire, que testemunha a eficácia da sua
revolucionária metodologia. Paulo Freire queria quebrar as barreiras do
conhecimento e ensinar a leitura do mundo.
Oi Daniela, tudo bem?
ResponderExcluirBastante reflexivo seu texto. Realmente, não tem como falar em Freire e não mencionar sua imensurável contribuição para a Educação. Seu pensamento foi e continua sendo uma semeadura de esperança às pessoas. Pra mim, falar do seu legado é falar de Liberdade. Sua obra se constitui em uma resposta pedagógica transformadora e libertadora das estruturas que oprimem os mais pobres. Para ele não há ação pedagógica neutra, que seja politicamente descomprometida, pois o ato pedagógico, é baseado em participação política e na militância que reinventa a cultura.
Abraço,
Nádila Luchini
Monitoria Acadêmica - 2018/1