quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Método Clínico Piagetiano


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     Nessa segunda-feira 20/11 tivemos o primeiro encontro presencial da interdisciplina de Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia II, foi um momento de exposição da proposta de trabalho que consistia na aplicação do Método Clínico Piagetiano. Para tanto foram produzidos vídeos da tarefa que foi realizada em duplas. 
          Elaborado por Jean Piaget, o Método Clínico que se traduz na aplicação das provas de diagnóstico do nível operatório, configuram-se em interessantes e geniais instrumentos de pesquisa objetivando investigar o nível do desenvolvimento cognitivo da criança, ou seja o que acontece do ponto de vista psíquico na relação sujeito - objeto. Através do qual é possível obter uma hipótese de como a criança constrói o seu raciocínio, inclusive pela possibilidade que o condutor tem de propor um desequilíbrio no modo de pensar da criança, provocando a reflexão.
    Entretanto, a sua precisão e eficiência dependem da administração do condutor que deve ter o cuidado de não interferir, de maneira nenhuma, nas respostas da criança, além de certificar-se que ninguém ao redor fará o mesmo. Talvez seja esse o aspecto mais relevante, tendo em vista que exige um suficiente conhecimento e segurança na aplicação da prova, além da consciência de que o próprio pesquisador também é parte integrante do objeto de pesquisa. Essa análise deve ser feita minunciosamente, de modo que o condutor da prova registre detalhadamente o desenrolar do processo para que se possa fazer a correta interpretação da conduta.
        Desse modo, a mostra de vídeos foi uma excelente forma de identificarmos, junto com os professores, aspectos decisivos na nossa conduta, na aplicação das provas, que precisam ser corrigidos. Foi surpreendente a perspicácia das crianças, nos causando momentos embaraçosos.
         Por fim também foi possível nos apropriarmos de importantes conceitos, aqui colocados, para que aconteça a correta aplicação das referidas provas. Mais usual na Psicopedagogia, esse método quando corretamente aplicado pode  ser bem-sucedido nas escolas, fornecendo importantes subsídios ao professor para lidar com questões relativas a aprendizagem dos alunos. Esclarecendo que não se trata de uma medição de QI, mas da coleta de dados, de uma pesquisa que pode ser muito útil para que o professor conheça melhor o seu aluno, o seu modo de pensar. Para que o professor possa atuar como pesquisador, formulando hipóteses que irão colaborar com o seu fazer pedagógico e com a elaboração de novas estratégias didáticas. 

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domingo, 19 de novembro de 2017

A Dialógica de Freire: Breves Reflexões

Resultado de imagem para sociaisPaulo Freire nos situava do dever de compreendermos que somos sociais em essência e carregados de história, sujeitos em contínuo processo de evolução, portanto inconclusos ou inacabados, como ele denominou. Freire salienta ainda que a indispensabilidade da Educação reside justamente nessa constante busca, na nossa necessidade de aprender e assim evoluir que a natureza nos reclama.
Trata-se do despertar da nossa consciência para a própria substancialidade de progresso que torna possível a nossa educação, ao estar ciente das nossas fragilidades procuramos meios de nos superarmos, cientes também de que o saber é uma conquista sem limites, mas que é preciso buscá-lo. Seria a busca motivada pela curiosidade, o desejo de descobrir que alimenta o conhecimento, este se estrutura nas experiências coletivas e individuais tanto nos espaços formativos formais como nos não formais conectados pelo diálogo relacional.
A partir do texto de Paulo Freire (2000): "À Sombra desta mangueira” é possível concluir que somos capazes de aprender em diversas situações e contextos, o que determina a possibilidade de alcance ao conhecimento é a postura mental empregada frente às circunstâncias. Compreender inclusive, que a dialogicidade é um importante princípio educativo para a pedagogia interacionista, significativo na construção do conhecimento. Tendo em vista que compreende o ato de agir e a reflexão sobre essa ação, sendo por meio da qual percebemos o mundo, compreendemos a nossa historicidade, a história que é construída coletivamente e contribuímos com essa construção, ou seja, é o elemento promotor da interação, o que nos torna sociais.


Transtornos Globais do Desenvolvimento


Resultado de imagem para transtornos globais do desenvolvimentoAs discussões apresentadas nos vídeos propostos pela iterdiscipina de Educação de Pessoas com necessidades Educacionais Especiais, nos traçam um caminho bastante desafiador no campo da educação inclusiva, o que é produtivo, pois sabemos que precisamos avançar e muito no nosso sistema educacional, tendo em vista as próprias dificuldades que encontramos no dia a dia dentro de uma escola. Temos de lidar com falta de professores, carga horária sobrecarregada, falta de horas de planejamento de aula, falta de materiais, de sala de recursos, entre outras questões que permeiam o ambiente escolar, portanto educar toda uma pluralidade de sujeitos que se apresentam, em um mesmo contexto escolar é sem dúvida um grande desafio. Tanto os vídeos quanto a leitura disponibilizados atentam para a importância do processo de socialização, o que segundo Camargo e Bosa (2009): ”(...) o sucesso da constituição psíquica do indivíduo depende, primordialmente, do processo de socialização”.
Para que esse processo flua de maneira benéfica para todos no ambiente é necessário que as singularidades sejam respeitas. Que no caso de crianças com necessidades educacionais diferenciadas, como os autistas, por exemplo, faz-se indispensável que o professor busque se utilizar de estratégias para a comunicação ampliada.  A ênfase deve ser nas competências, capacidades e potencialidades do educando e não na busca por um diagnostico, que assim como colocado nas entrevistas rotula e acaba impedindo muitas vezes a espontaneidade na relação professor aluno-aluno. O que inclusive as psicólogas e mestres em educação Caroline e Consuelo chamam a atenção, também, para o fato de em muitos momentos os manuais se constituírem um entrave no fazer e no saber espontâneo de professores e pais. Nesse aspecto acredito que essa procura por diagnósticos e manuais em como lidar com uma criança com transtorno global do desenvolvimento, deva-se pelo fato da insegurança que aflige a pais e professores, pois muitas vezes sentem-se perdidos por não conseguirem alcançar essa criança, penetrar em seu mundo. Vejo que essa nem sempre é uma tentativa de rotular e sim uma maneira de tentar buscar um campo seguro para que se possa atuar com eficiência.
No entanto, achei interessante também o fato das entrevistadas terem pontuado a questão de que “a escola precisa apropriar-se do seu fazer barrando um pouco as interferências vindas da psicologia e medicina” e de que “é preciso muita reflexão sobre o não saber, que esta sempre em construção”. Concluindo, pautada nessa análise a escola deve se estruturar de modo a atender a todos, abrangendo a diversidade, oferecendo uma proposta de ensino que compreenda a todo o grupo ao passo em que considere as necessidades individuais, principalmente daqueles que vivem na companhia do risco eminente da exclusão.