sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Alegre Porto

Tu és meu refúgio adorado
Meu Rio Grande miscigenado
De cultura e tradições

Desejo em ti liberdade
Ao contemplar
Os pombos e os quilombos
Que lutam para assim estar

Minhas pernas tantas vezes cansadas
De tamanhas caminhadas 
E é nos poemas de Quintana que me sinto abraçada
Minha Porto Alegre querida

Num suspiro sigo em frente
Pronta para o combate novamente
E assim em passos que se alternam
Entre curtos e largos 
Meus pensamentos voam ao vento 
Perdidos na hora

Ah, o tempo,
O tempo se esvai outra vez.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Espaço e Forma

Os textos “Espaço e Forma na Educação Infantil” e “Espaço, Forma e Criança” nos apresentaram importantes elucidações a respeito da estruturação espacial e das relações geométricas que devem ser elaboradas ainda na infância, pois além do desenvolvimento cognitivo contribuem para o desenvolvimento social e psicomotor.
A minha área de atuação é a Educação Infantil e atualmente estou como uma turma de Berçário I, seguindo a linha da Epistemologia Genética, desenvolvida por Piaget, na qual compreende que o desenvolvimento infantil dá-se a partir da interação entre a criança e o meio, ou seja, que ela atua na sua aprendizagem. Procuro proporcionar aos meus alunos diferentes possibilidades, que promovam o desenvolvimento em amplos aspectos, lhes apresentando materiais diversos, diversificando e ampliando os seus espaços através da interação com outras turmas e visitando outros ambientes na escola. Também costumo sempre observar quais são os tipos de atividades que mais lhes despertam a atenção e proporcionam satisfação, a fim de adequar os meus objetivos aos interesses deles.
A orientação espacial inicia-se a partir das relações que a criança estabelece com o seu próprio corpo, cujo é a sua principal referência. Já a lateralidade começa quando a criança passa a perceber e a adotar outros pontos de referência. Quando ela estende a sua visão para o outro, conseguindo inclusive colocar-se no lugar do outro.
Por fim, ao desenvolver a competência de conseguir visualizar e identificar as formas geométricas, a criança desenvolve a habilidade da percepção geométrica. A percepção geométrica diz respeito à forma como a criança organiza o mundo ao seu redor, de como percebe e se orienta a partir das informações recebidas dos objetos a sua volta, dessa forma também é capaz de perceber o seu espaço no mundo.
                             
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Referências:
PIRES, Célia M. C. Espaço e Forma: a construção de noções geométricas pelas crianças das quatro séries iniciais do Ensino Fundamental. São Paulo: PROEM, 2000.
TORTORA, Evandro. Espaço e Forma na Educação Infantil: relato de uma experiência com professores atuantes em formação. Curitiba, 2013.
Imagem ilustrativa extraída da internet.




domingo, 4 de dezembro de 2016

Home HD (Português, narrado por Eduardo Rêgo)



Documentário lançado em 2009, produzido pelo jornalista, fotógrafo e ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand. O filme é composto por belíssimas imagens aéreas, de vários lugares da Terra. Entretanto além da diversidade em nosso planeta ele aponta as ameaças ao equilíbrio da vida e os danos que a humanidade vem fazendo a sua própria casa. Até quando o nosso planeta irá suportar o estilo de vida dos povos dominantes?

Os indígenas e a vida sustentável

“O indivíduo deve buscar compreender e conhecer ao máximo o funcionamento da natureza, não para dominá-la e controlá-la, mas para seguir e respeitar sua lógica, seus limites e potencialidades em benefício de sua própria vida enquanto ser preferencial e privilegiado na criação. O saber é mais do que querer criar ou saber dizer, é saber fazer, baseado em conhecimentos acumulados no decorrer da vida.” (LUCIANO, Gersem dos Santos – Baniwa)
            A visão da totalidade do mundo, defendida pelos povos indígenas, advêm da coletividade em que vivem. Esses povos compreendem a necessidade de viver em harmonia com a natureza, sabem como aproveitar e extrair os seus recursos sem prejuízo, garantindo que os mesmos sempre estejam disponíveis. Pois eles, talvez mais do que os outros povos, atualmente têm plena ciência dos erros cometidos no passado e compreendem o quanto erraram quando trocaram sua floresta por artefatos e ferramentas fundidas a ferro, como por exemplo, o machado. Instrumento que contribuiu inclusive com a quase extinção do pau-brasil, árvore que supostamente deu nome ao nosso país.
Nos dias atuais ainda existem muitos conflitos envolvendo as terras indígenas, como o caso da Fazenda Ivu, pertencente aos povos Kaiowá guaranis, que juntamente de outras tribos vivem constantes conflitos com madeireiras ou grandes latifundiários, que ilegalmente exploram suas terras. Talvez a maior simbologia dos povos indígenas, no que tange a compreensão que tinham da terra e a sua relação com a natureza, se encontra hoje na entrada da sede do Green peace. O documento seria uma carta de desabafo que cacique Seatle, do povo Suquamish, escreveu em 1855 em resposta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce) com relação à compra das suas terras. A tal carta acabou sendo compreendida por muitos ambientalistas com o primeiro registro de defesa ambiental. Em um dos trechos encontra-se uma passagem que diz: "O que fere a terra fere também os filhos da terra. O homem não tece a teia da vida; é antes um de seus fios. O que quer que faça a essa teia, faz a si próprio.” O nome do chefe Seatle, como é conhecido, acabou inclusive batizando a maior cidade do Estado de Washington nos EUA.
Ao viver de forma a priorizar a vida, as comunidades indígenas consideram os conhecimentos difundidos ao longo da sua constituição, valorizam seus ancestrais, considerando os métodos que funcionam. Pois essa funcionalidade, baseada no respeito à ordem natural da vida, provém do conhecimento associado à prática. O texto “O índio brasileiro” aponta a importância de se desconstruir a idéia de que os índios não conseguem assegurar a sua própria sobrevivência. A fim de contribuir para essa desmistificação, trago para exemplo à história dos imigrantes peregrinos ingleses que aportaram nos EUA no ano de 1620, cujo sem mantimentos o suficiente, metade da colônia morreu de fome durante o inverno. Não fosse pelos índios Wampanoag locais terem lhes ensinado o cultivo do milho, da batata e outras culturas, o restante também teria perecido.  Sobreviveram então graças aos ensinamentos desses indígenas, e a posterior fartura nas colheitas originou o tradicional “Dia de Ação de Graças” estadunidense.
Concluindo, o modo individualista e egoísta em que ainda vivemos não compreende um estilo de vida sustentável, já enfatizado por especialistas no assunto. Colocando a riqueza material em primeiro lugar abarcamos outras culturas, em detrimento das mesmas e da terra. Como é o caso também das comunidades quilombolas do Brasil que lutam para resistir em meio à opressão da cultura do homem branco. O fato é que a nossa casa, a nossa terra está perecendo e ainda fazemos de conta que não percebemos, nos preocupando com coisas inúteis, muitas vezes, e fúteis, que acarretam ainda em um distanciamento de nós mesmos.

                         Resultado de imagem para ESTATUA INDIO Wampanoag


Referências:
LUCIANO, Gersem dos Santos - Baniwa. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.
Wediggen, Laiz; Silva, Paulo Sérgio da. Educação e respeito ao meio ambiente: a perspectiva emancipatória da Educação na comunidade remanescente de quilombos de Casca. In:  SANTOS (org), Simone Valdete dos; Silva (org.), Paulo Sérgio da. Proeja Quilombola. Pelotas: Editora Universitária/UFPEL, 2010. p. 75-76. (Cadernos Proeja II- Especialização-Rio Grande do Sul. Vol. III).