O artigo de Nadai reportou-me de imediato a minha trajetória
estudantil (anos 90) com a disciplina de “História” e a idéia de que foi
delineada para ser odiosa me pareceu muito próxima, pois a conheci através de
uma metodologia extremamente tradicional baseada em versões “incontestáveis”,
na memorização de fatos e datas muito distantes da nossa realidade. Não fosse
minha curiosidade e prazer pela leitura, não teria despertado minha consciência
histórica, pois grande parte do que sei referente a esse tema não foi à escola
quem ensinou.
De acordo com o texto, com a implementação da ditadura em sessenta
e quatro e durante o seu período, o ensino brasileiro passou por profundas
modificações legais em sua estrutura, como a unificação da escola secundária a
primária, bem como a sua obrigatoriedade estendida a toda a população, a
debilitação dos cursos de formação de professores, assim como a modificação da
nomenclatura da disciplina de História que passou a chamar-se Estudos Sociais,
perdendo o seu caráter autônomo.
Lamentavelmente
a ciência que estuda o homem e suas ações no tempo e espaço e que tem o
importante papel de incitar a pesquisa, no Brasil foi utilizada para manipular
e coibir o livre pensar e o espírito investigativo. Nos foi negado na escola o
conhecimento das várias faces da nossa história, como a daqueles que não foram
considerados heróis, dos que lutaram, mas não receberam honrarias. Mais
lamentavelmente ainda é que após os mínimos avanços que obtivemos na área da
educação estamos vivenciando mais uma vez o uso abusivo do poder, que não leva
em consideração ás vozes daqueles que diariamente lutam para que um país melhor
seja possível. Pois ao ouvir falar do programa “Escola sem partido” que tenta
intimidar o professor e da retaliação na educação como a tentativa de acabar
com o ensino da Educação Física e das Artes, considerando ainda a volta de
Estudos Sociais e Moral e Cívica, não há como pensar em outra palavra para o
que estamos vivendo hoje se não um retrocesso. Esse é mais um momento obscuro em
nosso país que a História será encarregada de contar
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