sábado, 28 de outubro de 2017

Sistema educacional: Pequena reflexão no âmbito da Modernidade e da Pós-Modernidade

Resultado de imagem para educação pos modernaCansados de um mundo centrado na crença, no autoritarismo e na tradição, passamos a ser iluminados por ideais liberais fundamentados no individualismo, onde a razão passou a ser valorizada primordialmente, o que colocou em cheque tanto dogmas religiosos quanto políticos. Entretanto nesse período em que se passou a discutir valores, mormente humanos, surgem também um novo olhar para a compreensão do conhecimento, do ato de ensinar e da infância. Novas concepções pedagógicas que buscavam a compreensão do indivíduo em analise de todo o âmbito social.
No entanto, apesar das novas percepções e dos seus constantes avanços, nos sistemas de ensino a prática ainda se encontra arraigada na tradição e a ideia autoritária onde prevalecem à cópia e a repetição, ainda circunda as instituições escolares.
Na contemporaneidade ou pós-modernidade, como denominam os autores do texto “Um olhar sobre a educação moderna do século XXI”, a Educação brasileira bem como a dos demais países que abraçam as políticas neoliberais, está em colapso. Isso de acordo com dados recentes de pesquisas realizadas por entidades como a Economist Intelligence Unit no qual o Brasil aparece em penúltimo lugar, também no PISA realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) o Brasil está entre os oito piores do ranking, atrás de países como Trinidad Tobago, Costa Rica, Colômbia e Indonésia. E ainda conforme divulgado pela revista Nova Escola em 2010, os dados levantados pela Organização das Nações Unidas (ONU) para a Unesco,  sobre o índice de desenvolvimento da Educação,  o Brasil aparece na  88ª posição em uma pesquisa realizada com 128 países, o que chama a atenção é que países muito menos desenvolvidos se mantêm a sua frente. Esses dados denotam a postura equivocada do ensino brasileiro, onde ainda hoje prevalece à educação bancária, voltada para a formação da mão de obra, a fim de atender as demandas do mercado.  
Apesar da compreensão do sistema educacional passar por profundas reflexões e termos a evidencia de países que já adotam uma conduta incontroversa, coerente com a pedagogia construtivista, como é o caso da Finlândia e da Noruega, por exemplo, que investem uma considerável parte do PIB nacional na educação e conta com a gratuidade em todos os níveis de ensino, o que favorece a igualdade de oportunidades. Ainda assim a crescente desigualdade social que assola diversos países, decorrente da má distribuição de renda, pode-se dizer que se constitui como uma das características da pós- modernidade, que compreende o avanço da corrente neoliberal que arrasta principalmente os países em subdesenvolvimento. Designando o enfraquecimento das responsabilidades e ações do Estado, que sucumbe às exigências do mercado em detrimento do serviço público.
Uma marca notória desse panorama, referindo-se a educação no Brasil, são as constantes greves de professores, consequentes da precarização da docência e do desmantelamento do ensino público. A contra partida estamos em um período, que nos permite confrontar a nossa realidade e o levante dos movimentos sindical e estudantil, se bem articulados, asseguram ainda uma forte mobilização social para avante de suas questões institucionais. Dessa forma é possível compreender que:
 “(...) a escola pode formar um núcleo crítico onde os professores e os alunos elaboram uma prática própria dessa informação vinda de outros lugares. (Certeau, 1995, p.138)”.
Sendo assim podemos concluir que apesar da liquidez das relações que constitui o período pós-moderno, conforme vem sendo apontado por Zygmunt Bauman, ainda preservamos o sentido de união para o enfrentamento de situações que assim o exigem, como é o caso daquelas onde uma grande quantidade de pessoas possa ser prejudicada em uma mesma sociedade ou que provoque a inquietação de uma maioria. Desse modo é provável que se há contestação é porque a criticidade ainda se faz presente, mesmo com as inúmeras tentativas de abafá-la, e que talvez dela emane o senso ou a razão que um dia almejávamos.


Referências:
MISSIO, Luciani; CUNHA, Jorge Luiz. Um olhar sobre a Educação Moderna no século XXI. Disponível em: http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/056e4.pdf Acesso em 28/10/2017.

Quanto vale ou é por quilo?

Acesso em 28 Oct.; 2017.
Revista Nova Escola
https://novaescola.org.br/conteudo/2974/e-preciso-investir-mais-para-melhorar-a-educacao

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