Cansados de um mundo
centrado na crença, no autoritarismo e na tradição, passamos a ser iluminados
por ideais liberais fundamentados no individualismo, onde a razão passou a ser
valorizada primordialmente, o que colocou em cheque tanto dogmas religiosos
quanto políticos. Entretanto nesse período em que se passou a discutir valores,
mormente humanos, surgem também um novo olhar para a compreensão do
conhecimento, do ato de ensinar e da infância. Novas concepções pedagógicas que
buscavam a compreensão do indivíduo em analise de todo o âmbito social.
No entanto, apesar das
novas percepções e dos seus constantes avanços, nos sistemas de ensino a
prática ainda se encontra arraigada na tradição e a ideia autoritária onde
prevalecem à cópia e a repetição, ainda circunda as instituições escolares.
Na contemporaneidade ou
pós-modernidade, como denominam os autores do texto “Um olhar sobre a educação
moderna do século XXI”, a Educação brasileira bem como a dos demais países que
abraçam as políticas neoliberais, está em colapso. Isso de acordo com dados
recentes de pesquisas realizadas por entidades como a Economist Intelligence Unit no qual o Brasil aparece em
penúltimo lugar, também no PISA realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) o Brasil está
entre os oito piores do ranking, atrás de países como Trinidad Tobago, Costa
Rica, Colômbia e Indonésia. E ainda conforme divulgado pela
revista Nova Escola em 2010, os dados levantados pela Organização
das Nações Unidas (ONU) para a Unesco,
sobre o índice de desenvolvimento da Educação,
o Brasil aparece na 88ª posição em uma pesquisa realizada com 128 países, o que chama a atenção é que
países muito menos desenvolvidos se mantêm a sua frente. Esses dados denotam a
postura equivocada do ensino brasileiro, onde ainda hoje prevalece à educação
bancária, voltada para a formação da mão de obra, a fim de atender as demandas
do mercado.
Apesar
da compreensão do sistema educacional passar por profundas reflexões e termos a
evidencia de países que já adotam uma conduta incontroversa, coerente com a
pedagogia construtivista, como é o caso da Finlândia e da Noruega, por exemplo,
que investem uma considerável parte do PIB nacional na educação e conta com a
gratuidade em todos os níveis de ensino, o que favorece a igualdade de
oportunidades. Ainda assim a crescente desigualdade social que assola diversos
países, decorrente da má distribuição de renda, pode-se dizer que se constitui
como uma das características da pós- modernidade, que compreende o avanço da
corrente neoliberal que arrasta principalmente os países em subdesenvolvimento.
Designando o enfraquecimento das responsabilidades e ações do Estado, que
sucumbe às exigências do mercado em detrimento do serviço público.
Uma marca notória desse panorama,
referindo-se a educação no Brasil, são as constantes greves de professores,
consequentes da precarização da docência e do desmantelamento do ensino
público. A contra partida estamos em um período, que nos permite confrontar a
nossa realidade e o levante dos movimentos sindical e estudantil, se bem
articulados, asseguram ainda uma forte mobilização social para avante de suas
questões institucionais. Dessa forma é possível compreender que:
“(...) a escola pode formar um
núcleo crítico onde os professores e os alunos elaboram uma prática própria
dessa informação vinda de outros lugares. (Certeau, 1995, p.138)”.
Sendo assim podemos
concluir que apesar da liquidez das relações que constitui o período
pós-moderno, conforme vem sendo apontado por Zygmunt Bauman, ainda preservamos o sentido de
união para o enfrentamento de situações que assim o exigem, como é o caso
daquelas onde uma grande quantidade de pessoas possa ser prejudicada em uma
mesma sociedade ou que provoque a inquietação de uma maioria. Desse modo é
provável que se há contestação é porque a criticidade ainda se faz presente,
mesmo com as inúmeras tentativas de abafá-la, e que talvez dela emane o senso
ou a razão que um dia almejávamos.
Referências:
MISSIO, Luciani; CUNHA, Jorge Luiz. Um olhar sobre a
Educação Moderna no século XXI. Disponível em: http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/056e4.pdf
Acesso em 28/10/2017.
Quanto vale ou é por quilo?
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fZhaZdCqrHg .
Acesso em 28 Oct.; 2017.
Revista Nova Escola
https://novaescola.org.br/conteudo/2974/e-preciso-investir-mais-para-melhorar-a-educacao
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