sábado, 3 de junho de 2017

Educação em retrocesso

A nossa primeira atividade para a interdisciplina de Organização do Ensino Fundamental, consistiu em um debate sobre as mudanças que envolvem a LDBEN a partir de uma palestra com o professor Carlos Roberto Jamil Cury que afirma:

 "Mexer na LDBEN é abrir o campo para novos retrocessos".

Tanto a fala do Professor Jamil Cury como a dos presentes (representantes de algumas entidades da educação e da política) na mesa de abertura, da aula inaugural da Faculdade de Educação da UFRGS, nos remete ao caos por qual está passando a educação brasileira, visto que não é uma fala entusiasta e sim desapontada, transmitindo-nos grande preocupação.
Assim como foi colocado, a LDBEN foi formulada e chegou-se a um consenso após muitas reuniões com discussões a respeito, incluindo a participação de vários representantes da área. Não foi uma imposição, foi uma proposta amplamente estudada visando qualificar a educação, direcioná-la, propondo uma base sob o amparo legal, no qual tem estabelecido um norte para nós educadores.
Estamos atravessando um momento político delicado onde um governo ilegítimo, nascido de um golpe ao povo brasileiro, acha-se na prerrogativa de estabelecer mudanças radicais nos direitos conquistados desse mesmo povo, dentre eles a educação e sem o menor diálogo com os seus representantes, esfacelando a democracia. Com as “reformas” impostas, sem dúvida o clima que se estabelece nesse momento é de tensão e falta de perspectiva, nos colocando em vias de um retrocesso.

Por que é um retrocesso?

Porque nem todos terão acesso a uma educação qualificada;
Por que se o direito ao conhecimento não alcança a todos a escola perde a sua função principal;
Porque a única preocupação é o mercado de trabalho;
Porque escolas sem autonomia, com professores sem autonomia não conseguem formar cidadãos autônomos;
Porque cidadãos sem autonomia são facilmente manobráveis;
Porque o fracasso da educação gera a evasão escolar e o conseqüente aumento da violência e do trabalho precarizado e gratuito, entre outras mazelas.
A participação social e democrática da população é essencial a prevalência da democracia e devem ser defendidas, dessa forma reuniões como essa aula na FACED/ UFRGS, configuram-se de extrema importância para o esclarecimento e fortalecimento das bases do povo.


Um comentário:

  1. Realmente é um momento preocupante. Precisamos levar essa abertura de diálogo como a da aula inaugural para dentro de nossos meios de trabalho. Essa é uma maneira válida e muito boa para estimular a resistência a este atual governo. Abçs!

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