"Mexer na LDBEN é abrir o campo para novos retrocessos".
Tanto a fala do Professor
Jamil Cury como a dos presentes (representantes de algumas entidades da
educação e da política) na mesa de abertura, da aula inaugural da Faculdade de
Educação da UFRGS, nos remete ao caos por qual está passando a educação
brasileira, visto que não é uma fala entusiasta e sim desapontada,
transmitindo-nos grande preocupação.
Assim como foi colocado, a
LDBEN foi formulada e chegou-se a um consenso após muitas reuniões com discussões
a respeito, incluindo a participação de vários representantes da área. Não foi
uma imposição, foi uma proposta amplamente estudada visando qualificar a
educação, direcioná-la, propondo uma base sob o amparo legal, no qual tem
estabelecido um norte para nós educadores.
Estamos atravessando um
momento político delicado onde um governo ilegítimo, nascido de um golpe ao
povo brasileiro, acha-se na prerrogativa de estabelecer mudanças radicais nos
direitos conquistados desse mesmo povo, dentre eles a educação e sem o menor
diálogo com os seus representantes, esfacelando a democracia. Com as “reformas”
impostas, sem dúvida o clima que se estabelece nesse momento é de tensão e
falta de perspectiva, nos colocando em vias de um retrocesso.
Por
que é um retrocesso?
Porque nem todos terão
acesso a uma educação qualificada;
Por que se o direito ao
conhecimento não alcança a todos a escola perde a sua função principal;
Porque a única preocupação é
o mercado de trabalho;
Porque escolas sem
autonomia, com professores sem autonomia não conseguem formar cidadãos
autônomos;
Porque cidadãos sem autonomia
são facilmente manobráveis;
Porque o fracasso da
educação gera a evasão escolar e o conseqüente aumento da violência e do
trabalho precarizado e gratuito, entre outras mazelas.
A participação social e
democrática da população é essencial a prevalência da democracia e devem ser defendidas,
dessa forma reuniões como essa aula na FACED/ UFRGS, configuram-se de extrema
importância para o esclarecimento e fortalecimento das bases do povo.
Realmente é um momento preocupante. Precisamos levar essa abertura de diálogo como a da aula inaugural para dentro de nossos meios de trabalho. Essa é uma maneira válida e muito boa para estimular a resistência a este atual governo. Abçs!
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