domingo, 11 de setembro de 2016

Escola como instituição

                               
           A instituição escolar é um tema que está e precisa estar sempre em pauta, a fim de acompanhar o progresso, mas em se tratando de Brasil será que realmente estamos progredindo, muitas mudanças já ocorreram de fato, mas se compararmos com instituições de ensino de países desenvolvidos como o Canadá, a Irlanda ou a Noruega, por exemplo, vê-se que ainda há um longo caminho a percorrer.
Será somente por descaso que o modelo brasileiro de escola que ainda vemos hoje,  alojamentos similares a instituições como hospitais, presídios e hospícios, produza jovens desestimulados e alienados quanto aos seus direitos e deveres para com a grande sociedade, ou é intencional que assim permaneça. Os índices de evasão escolar ainda são altos, muitos jovens ainda não conseguem encontrar na escola um lugar de possibilidades e oportunidades, o que fortalece o mercado do tráfico, por exemplo, que acolhe justamente a jovens que não encontram maiores perspectivas de vida.
Outra questão também é a atual crise econômica que o nosso país enfrenta cujo se fala muito em desequilíbrio do mercado financeiro e ajustes fiscais, palavras que parecem gregas para a maioria do povo brasileiro, onde a matemática financeira é dispensável do currículo das escolas públicas. Pois quando não se entende fica mais fácil ser ludibriado, a contra partida o nosso povo é preparado arduamente a aquecer o mercado do consumo, diariamente somos arrebatados com um bombardeio de propagandas com novas promessas de felicidade instantânea, e os nossos jovens também não aprendem nas escolas a construírem subsídios para saberem selecionar o que realmente é importante para o bem comum.
A reflexão que faço pode ser aprofundada com o seguinte excerto:

O sistema educativo está claramente relacionado com o mundo empresarial, por exemplo, com as indústrias da informação e da comunicação, bem como com aquelas instituições econômicas privadas que produzem investigação e, em geral, com todas as empresas que fazem negócios com a produção, difusão e utilização do conhecimento. No entanto, as finalidades dos sistemas educativos não se esgotam nessas interdependências, nem em preparar o capital humano e o conhecimento que vai necessitar o mercado para funcionar. (p. 54).
(Jurjo Torres Santomé, A construção da escola pública como instituição democrática: poder e participação na comunidade. Publicado na revista Currículo sem fronteiras, v. 1, n. 1, jan/jul 2001, p. 51-80).

Desse modo muito há o que refletir a respeito da educação que queremos para as nossas crianças e jovens, como rever os padrões de ensino das instituições escolares, assim como a qualificação docente, os investimentos nas escolas públicas e também o apoio das comunidades a essas instituições que muitas vezes fazem o papel de lar. Se a educação brasileira está um caos, precisa-se rever urgentemente qual é o papel da escola na sociedade, o que se espera dessa instituição ou o que deveria se esperar, ou quem sabe, se ela já não cumpre, designadamente, as exigências do mercado.




OBS: Texto desenvolvido para a atividade 2 do SI IV.

Nenhum comentário:

Postar um comentário