domingo, 18 de setembro de 2016

RUBEM ALVES: GAIOLAS OU ASAS?

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Quando Rubem Alves menciona em seu artigo que foi atacado por tal aforismo, em seguida coloca que o mesmo nasceu de um sofrimento: “sofri, conversando com professoras do ensino médio em escolas de periferia. O que eles contam são relatos de horror e medo”.
O autor relata ainda, com pesar, uma passagem da sua infância no qual relaciona com o mesmo aforismo. Ele fala do cruel prazer que tinha em caçar passarinhos, colocá-los em uma gaiola e assisti-los debatendo-se em vão contra os arames. A relação que ele faz entre essa crueldade infantil e os relatos que ouviu dos professores, quanto à postura das crianças em sala de aula, é determinante para que comparasse algumas escolas com gaiolas.
Essa associação pode ser observada no seguinte trecho:
“Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes de periferia? Ou serão as escolas que são violentas? As escolas serão gaiolas?” (ALVES, Rubem, Artigo: Gaiolas ou Asas?)
Para resumir a educação, que defende, Rubem Alves utiliza as palavras “ferramentas e brinquedos”, para ele as escolas deveriam estar ligadas com problemas que são vivenciados diariamente pelas crianças e trabalhar em cima destas questões ensinando-as a resolvê-los.
Para Rubem Alves o principal objetivo da escola deve ser o desenvolvimento da inteligência. Ele salienta a importância do aprendizado de mecanismos para o amplo desenvolvimento do corpo também, essa educação do corpo se daria em aprender a resolver as questões do dia a dia, a sobreviver em sociedade ao passo que para essa sobrevivência se faz necessária também o desenvolvimento da alma. Esse desenvolvimento ele denomina de brinquedo, são atividades que nos dão prazer, que nos fazem bem e que nos enchem de alegria e esperança. Concordando com o autor penso que atividades assim, (como ouvir uma música, um poema, conhecer o canto dos pássaros, admirar uma obra de arte, para exemplificar), funcionam como um oxigênio para o cérebro, contribuindo para motivar a aprendizagem e também para ampliar a sensibilidade e o conhecimento de si mesmo.

Concluindo, o entendimento de educação defendido pelo autor visa humanizar a escola, aproximar professor e aluno e fazer com que ambos encontrem prazer no ambiente escolar. Por esse motivo o legado de Rubem Alves, as suas idéias e aforismos, não podem ficar no esquecimento. Até por que está mais do que provado que o ensino tradicional não tem um histórico de sucesso em nosso país, que ainda tem uma das maiores taxas de evasão escolar do mundo.

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domingo, 11 de setembro de 2016

Escola como instituição

                               
           A instituição escolar é um tema que está e precisa estar sempre em pauta, a fim de acompanhar o progresso, mas em se tratando de Brasil será que realmente estamos progredindo, muitas mudanças já ocorreram de fato, mas se compararmos com instituições de ensino de países desenvolvidos como o Canadá, a Irlanda ou a Noruega, por exemplo, vê-se que ainda há um longo caminho a percorrer.
Será somente por descaso que o modelo brasileiro de escola que ainda vemos hoje,  alojamentos similares a instituições como hospitais, presídios e hospícios, produza jovens desestimulados e alienados quanto aos seus direitos e deveres para com a grande sociedade, ou é intencional que assim permaneça. Os índices de evasão escolar ainda são altos, muitos jovens ainda não conseguem encontrar na escola um lugar de possibilidades e oportunidades, o que fortalece o mercado do tráfico, por exemplo, que acolhe justamente a jovens que não encontram maiores perspectivas de vida.
Outra questão também é a atual crise econômica que o nosso país enfrenta cujo se fala muito em desequilíbrio do mercado financeiro e ajustes fiscais, palavras que parecem gregas para a maioria do povo brasileiro, onde a matemática financeira é dispensável do currículo das escolas públicas. Pois quando não se entende fica mais fácil ser ludibriado, a contra partida o nosso povo é preparado arduamente a aquecer o mercado do consumo, diariamente somos arrebatados com um bombardeio de propagandas com novas promessas de felicidade instantânea, e os nossos jovens também não aprendem nas escolas a construírem subsídios para saberem selecionar o que realmente é importante para o bem comum.
A reflexão que faço pode ser aprofundada com o seguinte excerto:

O sistema educativo está claramente relacionado com o mundo empresarial, por exemplo, com as indústrias da informação e da comunicação, bem como com aquelas instituições econômicas privadas que produzem investigação e, em geral, com todas as empresas que fazem negócios com a produção, difusão e utilização do conhecimento. No entanto, as finalidades dos sistemas educativos não se esgotam nessas interdependências, nem em preparar o capital humano e o conhecimento que vai necessitar o mercado para funcionar. (p. 54).
(Jurjo Torres Santomé, A construção da escola pública como instituição democrática: poder e participação na comunidade. Publicado na revista Currículo sem fronteiras, v. 1, n. 1, jan/jul 2001, p. 51-80).

Desse modo muito há o que refletir a respeito da educação que queremos para as nossas crianças e jovens, como rever os padrões de ensino das instituições escolares, assim como a qualificação docente, os investimentos nas escolas públicas e também o apoio das comunidades a essas instituições que muitas vezes fazem o papel de lar. Se a educação brasileira está um caos, precisa-se rever urgentemente qual é o papel da escola na sociedade, o que se espera dessa instituição ou o que deveria se esperar, ou quem sabe, se ela já não cumpre, designadamente, as exigências do mercado.




OBS: Texto desenvolvido para a atividade 2 do SI IV.

sábado, 3 de setembro de 2016

Um novo momento



         Nessa semana iniciamos as nossas atividades no PEAD, chegamos ao quarto semestre, com perspectivas de novos desafios e novas aprendizagens.

        Após as discussões e combinações iniciais da aula do lV Seminário Integrador, fomos questionados com relação a importância do blog como uma ferramenta de suporte, onde registramos semanalmente as nossas impressões com relação as interdisciplinas do semestre. Particularmente considero ótima a ideia da construção de um portfólio digital, tanto o blog como a ferramenta pbworks, pois além de nos servir de suporte a nossa síntese reflexiva e ao workshop de aprendizagem semestral, também nos força ao exercício da reflexão e da capacidade argumentativa, assim como ao de sintetizar as aprendizagens.

         Durante esse semestre também daremos continuidade a um projeto de pesquisa que iniciamos no semestre passado, o grupo a qual faço parte chama-se "Diversidade e preconceito" http://diversidadeepreconceito.pbworks.com/, e tem tudo a ver com o momento político no qual estamos vivenciando, onde extremismos estão ressurgindo e uma consequente ameaça ao pensamento crítico e a livre expressão. Assim como o Projeto de Lei 1301/15, baseado no Projeto Escola Sem Partido que pretende acabar com a liberdade de expressão ao proibir que professores e alunos discutam em sala de aula temas como: direitos iguais entre mulheres e homens, política, sexualidade,religião, história, filosofia e sociologia.

          Entrando nessa discussão vejo o nosso país embarcando em um período triste de retrocesso, um país que nunca foi perfeito mas que nos últimos treze anos obteve importantes conquistas principalmente na área da educação e com relação aos direitos humanos. Dentre elas o Fies, o Ciências sem Fronteira, o programa de cotas nas universidades, a reforma do bolsa família, o aumento do salário mínimo e a lei Maria da Penha. E agora vemos a ascensão de movimentos neo liberais, de grupos fanáticos religiosos e de extrema direita que muito lembram o fascismo, ao pregarem a disseminação do ódio e do preconceito, assim inicia mais um capitulo na política brasileira.
Chegou um novo momento, o início de mais um semestre, acompanhado também de um novo momento na história do nosso país.

                                              Resultado de imagem para diversidade cultural