Foi com esse questionamento que abrimos a
nossa aula do Seminário Integrador III do dia 09/05. Essa questão gera muitas
dúvidas, mas de um modo geral em nosso grupo de discussão, na visão de quem
vivencia esta situação no cotidiano, chegou-se ao consenso da indiscutível
necessidade da educação inclusiva a fim de eliminar o preconceito e
proporcionar a todas as crianças as mesmas oportunidades. Entretanto nos moldes
precários do ensino público que ainda nos encontramos, torna-se um problema
sim. Acreditamos que a educação inclusiva ainda esta em processo, lento
infelizmente, e que precisa caminhar para melhorias.
Aproveitando
o ensejo, acrescento um trecho de uma carta da comunidade surda, enviada ao
Ministro da educação em exercício em 2012, extraído do artigo “Em defesa da
escola bilíngüe para surdos: a história de lutas do movimento surdo
brasileiro”:
“A política de educação
inclusiva permitiu um crescimento espetacular, de forma que os estudantes com
deficiência convivem com os outros alunos e os outros alunos convivem com eles”
nos angustia, pois queremos conviver com os demais cidadãos brasileiros, sim,
mas queremos, acima de tudo, que a escola nos ensine (...)”
A
questão da inclusão faz parte da nossa realidade de professor e particularmente
também a entendo como importante e necessária, pois toda a criança seja ela
surda, cega, portadora de deficiência ou dita “normal”, precisa se cercar de
possibilidades e se sentir incluída na grande sociedade. Entretanto, a
realidade que vemos hoje nas escolas é amarga e excludente, ainda está longe de
ser o ideal. Vemos salas de aulas lotadas, escolas precárias, professores
desanimados e angustiados sem apoio e o que é pior: o ensino precário também.
Sem estrutura e políticas de apoio, o professor ‘sozinho’ não consegue dar
conta de assistir a todos os seus alunos com a mesma qualidade, e penso que
toda a criança precisa ter garantido o seu direito de receber um ensino de qualificado,
ser tratada com a mesma dignidade e ter ampliadas as suas possibilidades de
escolha também. E em de acordo com a comunidade surda, penso ser também
importante e necessárias escolas focadas no desenvolvimento de crianças com
outros modos de aprender, não podemos permitir que escolas sejam fechadas e sim
batalhar para que cada vez mais novas escolas surjam, para que sejam
valorizados os diferentes modos de aprendizagem, para que todas as realidades
sejam compreendidas e em síntese, que o saber alcance a todos.
Referência: CAMPELLO, A. R.;
REZENDE, P. L. F. Em
defesa da escola bilíngue para surdos: a história de lutas
do movimento surdo brasileiro. Curitiba: Educar em Revista, n. 2/2014, p. 71-92,
Editora UFPR.
Nenhum comentário:
Postar um comentário