domingo, 15 de maio de 2016

Inclusão na sala de aula: uma solução ou um problema a mais para a educação?

               Foi com esse questionamento que abrimos a nossa aula do Seminário Integrador III do dia 09/05. Essa questão gera muitas dúvidas, mas de um modo geral em nosso grupo de discussão, na visão de quem vivencia esta situação no cotidiano, chegou-se ao consenso da indiscutível necessidade da educação inclusiva a fim de eliminar o preconceito e proporcionar a todas as crianças as mesmas oportunidades. Entretanto nos moldes precários do ensino público que ainda nos encontramos, torna-se um problema sim. Acreditamos que a educação inclusiva ainda esta em processo, lento infelizmente, e que precisa caminhar para melhorias.
               Aproveitando o ensejo, acrescento um trecho de uma carta da comunidade surda, enviada ao Ministro da educação em exercício em 2012, extraído do artigo “Em defesa da escola bilíngüe para surdos: a história de lutas do movimento surdo brasileiro”:
               “A política de educação inclusiva permitiu um crescimento espetacular, de forma que os estudantes com deficiência convivem com os outros alunos e os outros alunos convivem com eles” nos angustia, pois queremos conviver com os demais cidadãos brasileiros, sim, mas queremos, acima de tudo, que a escola nos ensine (...)”
              A questão da inclusão faz parte da nossa realidade de professor e particularmente também a entendo como importante e necessária, pois toda a criança seja ela surda, cega, portadora de deficiência ou dita “normal”, precisa se cercar de possibilidades e se sentir incluída na grande sociedade. Entretanto, a realidade que vemos hoje nas escolas é amarga e excludente, ainda está longe de ser o ideal. Vemos salas de aulas lotadas, escolas precárias, professores desanimados e angustiados sem apoio e o que é pior: o ensino precário também. Sem estrutura e políticas de apoio, o professor ‘sozinho’ não consegue dar conta de assistir a todos os seus alunos com a mesma qualidade, e penso que toda a criança precisa ter garantido o seu direito de receber um ensino de qualificado, ser tratada com a mesma dignidade e ter ampliadas as suas possibilidades de escolha também. E em de acordo com a comunidade surda, penso ser também importante e necessárias escolas focadas no desenvolvimento de crianças com outros modos de aprender, não podemos permitir que escolas sejam fechadas e sim batalhar para que cada vez mais novas escolas surjam, para que sejam valorizados os diferentes modos de aprendizagem, para que todas as realidades sejam compreendidas e em síntese, que o saber alcance a todos.
 


Referência: CAMPELLO, A. R.; REZENDE, P. L. F. Em defesa da escola bilíngue para surdos: a história de lutas do movimento surdo brasileiro. Curitiba: Educar em Revista, n. 2/2014, p. 71-92, Editora UFPR.

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